A realidade aumentada no planejamento de obras está transformando o setor da construção civil, e Paulo Twiaschor comenta que essa tecnologia vai muito além de um recurso visual: ela se consolidou como uma ferramenta estratégica para reduzir erros, economizar recursos e aumentar a eficiência no ciclo construtivo. Ao projetar modelos digitais diretamente sobre o espaço físico, profissionais conseguem prever falhas, otimizar processos e entregar resultados com maior precisão.
Como a realidade aumentada se aplica ao planejamento?
No estágio inicial de um projeto, a realidade aumentada permite visualizar a compatibilidade entre diferentes disciplinas da obra, como arquitetura, elétrica e hidráulica. A sobreposição de modelos tridimensionais no ambiente real reduz significativamente os conflitos de projeto, um dos principais motivos de atrasos e custos extras.

Além disso, a tecnologia facilita a comunicação entre as equipes. Engenheiros, arquitetos e clientes conseguem compreender o mesmo modelo de forma clara, minimizando interpretações equivocadas. Essa transparência contribui para decisões mais rápidas e embasadas, tornando o processo de planejamento mais assertivo.
Redução de retrabalho e maior previsibilidade
Um dos grandes desafios da construção civil é o retrabalho, responsável por desperdício de tempo, materiais e mão de obra. Com a realidade aumentada, é possível antecipar problemas antes que a obra avance, corrigindo falhas no ambiente digital em vez de no canteiro. Esse diferencial eleva a previsibilidade e garante melhor aproveitamento dos recursos.
Outro aspecto relevante está na simulação de diferentes cenários construtivos. É viável analisar alternativas de layout, soluções de climatização ou posicionamento de equipamentos de forma rápida e econômica. Paulo Twiaschor destaca que essa capacidade de simular e comparar opções reduz riscos de decisões equivocadas e fortalece a qualidade final do empreendimento.
Integração com o BIM e ganhos operacionais
A realidade aumentada se torna ainda mais poderosa quando integrada ao Building Information Modeling (BIM). Essa combinação possibilita que todas as informações do projeto, desde custos até prazos, estejam conectadas ao modelo digital utilizado na simulação. Assim, cada ajuste visualizado no ambiente virtual reflete diretamente no planejamento executivo da obra.
Além disso, o uso do BIM associado à realidade aumentada cria um ambiente colaborativo entre os diferentes agentes da construção. Equipes de projeto, fornecedores e gestores podem acessar os mesmos dados, atualizados em tempo real, garantindo maior alinhamento e reduzindo falhas de comunicação.
Impactos econômicos e ambientais
A utilização da realidade aumentada no planejamento de obras não apenas reduz custos diretos, mas também minimiza impactos ambientais. Com menos erros e retrabalhos, há menor consumo de materiais e menos geração de resíduos. Além disso, a eficiência na execução contribui para reduzir o uso de energia e recursos naturais.
Do ponto de vista econômico, os ganhos são igualmente expressivos. Empresas que adotam essa tecnologia conseguem entregar projetos em prazos mais curtos e com maior qualidade, fortalecendo sua posição no mercado. Paulo Twiaschor elucida que essa vantagem competitiva é determinante em um setor altamente pressionado por eficiência e sustentabilidade.
O futuro do planejamento com realidade aumentada
À medida que a tecnologia se torna mais acessível, espera-se que a realidade aumentada esteja presente em obras de diferentes portes, desde empreendimentos residenciais até grandes infraestruturas. O avanço de dispositivos móveis e óculos inteligentes deve ampliar ainda mais seu uso, tornando a prática comum no dia a dia da engenharia civil.
O futuro aponta para um cenário em que o digital e o físico estarão cada vez mais integrados. Nesse contexto, Paulo Twiaschor sugere que a engenharia deve investir na capacitação de profissionais e na integração entre ferramentas digitais para extrair o máximo potencial dessa inovação. A realidade aumentada não é apenas uma tendência, mas um recurso indispensável para uma construção mais precisa, sustentável e competitiva.
Autor: Friedrich Nill